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Dark Souls II

By: Bruno On: 18:10
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  • Enfim, o aguardado momento chegou. Dark Souls II caminha entre nós e o pacto das almas negras pode ser realizado mais uma vez. Pois você sabe: o compromisso assumido ao inserir o disco no console é um sem volta, como maquiavélico ritual de sangue dos mais ancestrais. Cabe a você mensurar o quão amaldiçoada você quer que sua vida seja. Sendo continuação de uma das mais intensas e desafiadoras experiências da memória recente dos videogames, as expectativas eram altas. Apesar do fervoroso séquito adquirido com os outros dois jogos da série Souls, as chances de termos uma aventura mais branda e atenuada, a fim de conquistar novas almas pueris, eram grandes. Não poderíamos estar mais enganados. Dark Souls II veste os mesmos sapatos medievais e sádicos de seu antecessor, sendo talvez ainda mais cruel. "Casual Souls", apelido dado por alguns precoces em fóruns, internet afora, morderão um belo naco de suas próprias línguas após encararem as dezenas de horas que a campanha exige. O que temos aqui é algo, por vezes, cruel demais para ser verdade, semeando a discórdia, inspirando belos pesadelos e mantendo aquela eterna sensação de "dessa vez aquele desgraçado me paga". Mas antes que a tortura fetichista tome forma, cabe um grandessíssimo parênteses, do tamanho de um parágrafo: conclui a trama toda às três da manhã deste domingo, depois de exatos 8 dias de penitência e martírio, totalizando oitenta e quatro horas, com direito a nível 152 e número de mortes de 272. Não quero me gabar (mas preciso): a busca foi concluída totalmente offline - e veteranos da série Souls sabem o quão exponencialmente facilitador pode vir a ser aquela ajuda online na forma de fantasmas brancos. Sim, abordarei pontos deste modo num futuro próximo (o embargo termina hoje, data de lançamento da besta), mas esmiuçarei pormenores a partir de itens conquistados e do que li e estudei neste ínterim. E vamos começar.

    Medo, dor e agonia


    É de conhecimento comum o nível de sadismo encontrado na dificuldades dos jogos da série Souls. Dark Souls II tanto mantém a fama de seus irmãos mais velhos, que pode desmotivar os mais desavisados (não creio que alguém adentre tais terrenos a esmo, no entanto). Em pontos, pode parecer mesmo impossível: os itens estão prestes a acabar, os inimigos, cada vez mais implacáveis e cruéis e a impressão formada é a de que todos os caminhos escolhidos foram os piores e as evoluções feitas, erradas. Suar frio ao avistar a névoa que esconde uma nova área ou um novo chefe é algo de ordinário por aqui, já que não há a menor intenção de apontar porquês, apresentar guias ou nada que o valha. Tudo é aprendido e descoberto de forma austera, logo, o senso de conquista é imenso. Como não há linearidade, a dificuldade elevada de determinada área pode indicar duas coisas: ou falta habilidade do jogador (bastante possível, todos estivemos lá), ou se faz necessário desbravar novos lugares. São tutoriais implícitos que colocam o jogador no seu devido lugar e isso é altamente benéfico para o jogo como um todo, pois maior incentivo para exploração não haveria de existir - e há muito a ser explorado. Há de se admirar a postura dos caras da From Software perante tais decisões de design, se mantendo fieis as suas origens e não abrindo seus braços para o acessível. Dark Souls tem muito orgulho de ser o que é e não tem pretensão alguma de ser nada além disso, como se seus criadores vivessem isolados, sem influência externas, fazendo o tipo de jogo que eles mesmos gostariam de jogar e não encontram mais hoje em dia. Dark Souls II mantém os mesmos fundamentos de combate e evolução de iterações passadas - a eterna administração de resistência (stamina), Estus Flasks a serem consumidas e almas acumuladas - e a gama de possibilidades, mais uma vez, é rica e vasta.

    Jogo de xadrez para sádicos 


    O cenário é (sempre) opressor. Não bastasse haver um piscina de ácido logo abaixo da ponte, há arqueiros por todos os lados e protegendo o baú tão almejado, um dos monstros mais horríveis que você já viu. Certo, houve estudo da área, a utilização de itens específicos para atrair inimigos mais fracos e lidar com cada um deles, com parcimônia. "Caso você acerte aquele arqueiro com seu crossbow desta posição, é possível derrubá-lo sem sofrer muitas avarias" um amigo pode recomendar. E para lidar com a aberração final, efeito de trovões na espada e o total controle sobre cada movimento: conte quantos golpes até a barra de vitalidade esvaecer, e só desfira o ataque quando de execução precisa. Sim, depois de cerca de trinta tentativas, vitória! Lá está o baú. Clame seu prêmio e… O baú era um mímico, e você foi devorado em segundos. Ainda não aprendeu a lição de sempre golpear baús antes de abri-los? Tal cenário é ordinário dentro das catacumbas, calabouços, purgatório de mortos-vivos (sim, esse lugar existe) e demais infernos de Dark Souls II. Toda e qualquer condição só existe para, de forma brutal, subjugar o portador da maldição da forma mais opressora e implacável possível. Correr em direção à porta do outro lado da sala só trará a mais nefasta das mortes. Com tais crueldades em mente, o estudo de cada setpiece de DSII se faz mandatário. Neste tabuleiro de xadrez demente, cada peça sempre estará no mesmo lugar, mas um passo em direção contrária já desencadeará reações completamente opostas àquelas de sua tentativa número 47. E isso é, dentro de seus próprios princípios, nada além de incrível.


    De forma elementar, DSII apresenta os mesmos movimentos de ataque e defesa de seus antecessores: golpe forte, golpe fraco, quebra de defesa, contra-ataque e esquiva. Cada um com seu gasto específico de vitalidade e com variáveis brutais de acordo com os atributos de cada personagem - carregar muito equipamento enquanto ladino não é uma boa ideia para esquiva, enquanto o escudo corporal tornará o clérigo bem mais lento, mas mais protegido enquanto invoca seus milagres. Entender ao estudar a gama de golpes de seus adversários - e aqui incluo dos mais bestiais e animalescos, com inteligência artificial aleatória predatória, aos mais compassados e prostrados, como elefantes guerreiros e anões anciões - é fator fundamental para alcançar aquele amalgamado de almas no cadáver do outro lado da catacumba. Por trazer uma batalha tão programada, onde cada golpe pode fazer toda diferença, quesitos técnicos poderiam comprometer a precisão de um embate decisivo. Enquanto não há outra Blighttown em DSII, engasgos técnicos acontecem. Raras vezes, ataques certeiros não infligem dano e quedas na movimentação quando muitos inimigos tomam a tela, acontecem. Certa vez, todos os monstros se tornaram imóveis e foi necessário recarregar meu jogo algumas vezes para as coisas voltarem ao normal. Creio tudo ser passivo de correções via patchs futuros. 
    Pactos, milagres e magia negra 

    Uma imensa gama de armas brancas, arcos, bestas, cajados, magias, armaduras, acessórios e itens estão à disposição do jogador para diversificar a aventura e tornar as coisas mais possíveis. A quantidade é tamanha, que gostaria de administrá-los de forma mais própria, criando meus próprios grupos. Admito não ter feito usado de muita variedade em ataque com meu cavaleiro - minha fiel espada bastarda com escudo mágico foram camaradas inseparáveis - mas acredito que cada jogador trará uma construção bastante própria.







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